Para não se perder:
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Incrível como a rua parecia um espelho, invertendo as imagens. Se, do outro lado, grande parte das lojas estava fechada de dia e aberta à noite, no lado coroa, a situação era oposta. 21h45, e quase não havia seres humanos transitando – os carros, em compensação, eram muitos. Fora alguns bares, e o meu Habbib’s salvador, uma ou duas casas de comércio ainda mantinham as luzes acesas. A partir daí, serei franco, nada de emocionante para narrar. Talvez a presença de alguns trabalhadores em construções, em plena presença da lua, tivesse chamado a atenção, mas a viagem não parecia muito promissora. Mesmo assim, fui até a rua Estados Unidos e, resignado, comecei a voltar. A loja de roupas com estampas estilo pop art , Megusta, até então aberta, preparava-se para dormir. Chegando à Paulista, prestes a pegar o ônibus para casa, dei uma olhada na Augusta, do lado do Centro: as pessoas falavam, as figuras surgiam e as cores se misturavam. A noite prometia. E a rua ainda pulsaria através da madrugada toda, sem sequer ensaiar um momento sonolento.