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segunda-feira, 11 de julho de 2011

As duas faces de uma moeda chamada Augusta (Parte 2)

Para ler a parte 1, clique aqui.

Já eram 20h. Uma chuva repentina caía no cruzamento da Paulista com a Augusta, em frente ao Conjunto Nacional. Da mesma maneira que veio, foi embora. Dessa vez, de carro, desci até a Praça Roosevelt, para voltar a pé.

Na esquina com a famosa lanchonete Planet’s, a Augusta estava deserta. Nas redondezas, um inferninho começava a mostrar a cara, e os néons vermelhos e azuis já estavam ligados. Ao subir um pouco, em frente a uma casa de shows, constatei a única cena degradante da noite: entre várias sacolas de lixo, a mulher procurava alguma coisa para “jantar”.

Finalmente, a primeira grata surpresa. Na rua Caio Prado, um pequeno circo estava montado. Como não havia movimento, a não ser dos carros no estacionamento, fui verificar a programação. “Não, de sexta-feira não tem nada”, informou o moço da cancela. “Não sei direito, mas acho que só pode vir escola. Faz o seguinte, dá uma olhada nesse panfleto e liga para eles”.

Sempre em direção à Paulista, mais pessoas começavam a aparecer. Entre elas, avistei duas garotas de programa na rua, paradas. Nenhuma das duas me abordou e segui meu caminho. E é exatamente esse o segundo triunfo da Augusta. Gente de todos os tipos, gostos e costumes convivendo normalmente, sem questionar diferenças. As lojas fechadas na minha visita prévia estavam abertas. A rua não parecia mais um lugar de passagem, mas de permanência. Tudo começava a se misturar.

Primeiro, uma academia. Logo em seguida, um bar. Adiante, um cabeleireiro. E, sem mais nem menos, as calçadas estavam cheias. Jovens, muitos deles adolescentes, estacionados em frente a barzinhos ou em filas, aguardando a balada. As casas noturnas também já estavam abertas – algumas garotas, do lado de fora, com seus minúsculos vestidos, esperando a chegada de um cliente. Os bares, antes vazios, serviam bebidas a grupos que precisavam ficar em pé. Eram 21h30. A noite apenas começava para quem subia e descia a Augusta.

Continua...
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