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terça-feira, 12 de julho de 2011

As duas faces de uma moeda chamada Augusta (parte 3)

Para ler:

Parte 1

Parte 2


O lado “coroa”

Às 18h30, o lado “Jardins” da Augusta respirava a plenos pulmões. Vários e vários estabelecimentos abertos sob um sol que voltara a dar as caras. Lojas de calçados, roupas e lanchonetes eram os lugares nos quais o público aproveitava a sexta-feira para ir às compras. Aliás, a quantidade de sacolas transportadas por mulheres não deixava tanto a desejar em comparação com outros famosos pontos de compra a céu aberto de São Paulo.

Diferentemente do outro lado da rua, no mesmo horário, quanto mais eu descia, menos parecia que as pessoas iam embora. Talvez porque, ao redor dessa região, haja vias transversais que possuam tantas lojas quanto a própria Augusta – vide o exemplo da Oscar Freire. Talvez porque as opções culturais, como o CineSesc e o Teatro Procópio Ferreira, estejam próximas entre si.

Fato era, porém, que a essa altura, após um dia corrido no trabalho, já estava cansado demais para continuar a brincadeira, e parei para comer umas esfihas no Habbib’s, próximo à Paulista. Eu e meu bloco de notas começamos a conversar, enquanto a comida era servida e os garçons passavam de mesa em mesa digitando seus pedidos (sim, papel virou coisa de jornalista, só). A clientela nada tinha de especial ou diferente do que eu já vi em outras filiais – amigos descansando e bebendo um suco, depois do expediente. Quando pedi a conta, emendei ao funcionário que venho me atender: “até que horas vocês ficam abertos?”. Ele, olhando para o meu bloquinho, foi ligeiro: “ah, não fecha, fica aberto 24h”; tentei mais uma vez: “ah, é 24h? E costuma encher de madrugada? Como é o pessoal que vem aqui nesse horário?”. Ele olhou novamente para minhas anotações e, saindo, disse: “é a mesma coisa de dia, não tem diferença, não”. Tive que me contentar com isso.

Continua...

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