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domingo, 6 de julho de 2014

Por um mundo mais brega

Saí de casa neste domingo para comprar pão (e uma Telesena, que sempre lembro de adquirir no dia em que as lojas estão fechadas) quando decidi andar um pouquinho – vai que, porventura, encontro uma banca aberta que venda a raspadinha do seu Silvio?

Ao passar por uma praça, deparei-me com um casal sentado em um dos bancos mais afastados. Ele, com seu violão, cantava alguma coisa para a namorada, que ria e sorria com a situação.

Cena simples que me despertou o seguinte pensamento: cara, o mundo está muito careta.

Não sei se na época dos meus pais ou dos meus avós “era melhor” (aquele discurso geracional que move pessoas do mundo inteiro pelo mesmo ideal desde que o pai das cavernas teve que dar uma bronca no filho que queria descobrir o fogo), mas que os dias atuais se tornaram sem graça, isso se tornaram.

Bato na tecla porque diariamente, em todos os lugares, qualquer cidadão pode olhar à sua volta e sentir-se acorrentado por reflexos de como deveria agir, deveria ser, deveria se portar. O politicamente correto ficou para trás: vivemos hoje o tempo do “cada um no seu quadrado, mas que o quadrado não seja muito diferente”.

Ok, admito que uma sociedade se faz de iguais, mas muitas pessoas não se permitem deixar o terno e a gravata em casa para vestirem uma regata.

Experimente parar na rua e se declarar para o seu par romântico ali mesmo. Não precisa ser a plenos pulmões, autorizo um pequeno poema. Algo sincero, que não saia só da cabeça, mas do coração. Não se importe com os olhares reprovadores que, certamente, aparecerão; apenas aproveite o momento para tirar um sorriso da pessoa que você ama.

Ou, se preferir, por que não levá-la ao topo de um prédio para jantar, ou comprar uma rosa e presenteá-la no meio do metrô ou, simplesmente, por que não dançarem enquanto esperam o funcionário do estacionamento trazer o carro?

Sabe o que eu acho? Acho que o mundo precisa de mais breguice. De pessoas que saibam viver e conviver, que possam sair do quadrado e explorar para fora do convencional. A partir de agora, vou lutar por um planeta em que cantar para a namorada na praça se torne motivo de orgulho e romantismo, e que uma Telesena comprada na casa lotérica gere risadas, e não bufões indignados.
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