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sábado, 3 de dezembro de 2011

As aventuras do mochileiro sem mochila

Não me canso de conhecer novas facetas dessa minha cidade, mesmo porque ela é tão grande que nem é minha intenção saber de todas as suas nuances e seus segredos – o que é impossível e faz perder toda a graça.

Por essa razão eu realizo, às vezes, um tour por São Paulo, que funciona da seguinte maneira: vou até o ponto de ônibus e levanto a mão para o primeiro coletivo que passar, independentemente de saber ou não onde ele vai parar. Assim, dia desses, quando o meu alergista desmarcou a consulta exatamente na hora em que eu saía de casa, domingo de manhã, decidi fazer essa loucurazinha.

Passou um coletivo que ia para o centro de São Paulo – “Ah não, já sei exatamente o caminho, não tem graça”. O Itaim Bibi andava do outro lado da rua, ou seja, não consegui pegar. Até que chegou o Terminal Lapa. “Tá, esse eu conheço tanto que consigo chegar de olhos fechados, mas... mas lá de dentro sai um ônibus com destino ao Metrô Santa Cruz, cruzando Moema... nunca fui!”. Enfim, estiquei o braço.

Até certo trecho eu conhecia o trajeto, uma vez que já tomei o Metrô Santa Cruz (875C para os íntimos) pra ir trabalhar; mas, a partir da Av. Brig. Faria Lima, não sabia de mais nada! Assim, desliguei o MP3 do celular e comecei a prestar atenção às novas paisagens.

Nada de muito novo no início: cruzei a Av. Juscelino Kubitschek e segui pela Santo Amaro – mas, logo na FMU, virei à esquerda e entrei em Moema. Não me lembrava dali, e o que mais me marcou foram os grandes (e visivelmente caros) prédios residenciais e as ruas bem conservadas, imagem que jamais passaria pela minha cabeça. Mais adiante entro em um bairro cujas ruas tinham só com nomes de aves – e vários, vários restaurantes de todos os tipos e para todos os gostos.

Depois de um bom tempo – pelas minhas contas, desde que saí do Terminal, uns 50 minutos – paro no Shopping Metrô Santa Cruz. Não estava muito a fim de almoçar fora, e já era quase meio-dia, mas pensei: “vim até aqui para nem conhecer?”. Saí andando para ver o que encontraria. À essa altura, já estava na Vila Mariana.

Subi a ruazinha lateral, virei à esquerda e acabei saindo na Rua Domingo de Morais. Mesmo para um domingo o comércio estava agitadinho. Andei um pouco e encontrei uma bonita igreja e um colégio antigo. Atravessando a via, comecei a explorar as ruas menores, e saí em um Museu – que, para o meu azar, abria só às 14h.

Voltando, passei por uma dessas lojas que vendem de tudo, desde papelaria a itens para a cozinha. Não é que me aparece, logo na entrada, um DVD com função karaokê por só R$ 70,00? Justamente o que eu estava procurando há tempos! Claro, levei na hora.

Na volta, decidi arriscar o metrô – e, modéstia à parte, se eu estou de metrô, estou muito bem. Tomei a linha azul até a Luz, onde fiz baldeação para o trem que pararia na Lapa. Quando cheguei em casa, o almoço ainda não tinha sido servido – mas o prato principal eu já havia experimentado...
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