Era uma gostosa madrugada aquela do dia 11 de janeiro de 2012. Um vento suave batia e um leve calor pairava no ar. Nessa noite, um passarinho fugiu da sua gaiola e voou, livre, em busca de novas aventuras... e do desconhecido!
Meu pai era uma pessoa a qual eu sentia enorme inveja, daquelas positivas. Inteligentíssimo, crítico, estudioso por conta própria e muito bobão – característica essa que adorava nele e o tornava engraçado!
Nascido em Limeira, no já distante 26 de junho de 1955, chegou a cursar engenharia e a auxiliar no projeto da rodovia Imigrantes. Mas sua paixão era pelas letras. Assim, formou-se na profissão que considero ser a mais nobre de todas e começou a compartilhar o seu conhecimento pelas escolas em que trabalhou como professor.
Conheceu sua esposa casualmente, apresentado por um de seus irmãos, que participava do mesmo centro espírita que meu pai. Paixão a primeira vista? Talvez. Fato é que, um ano depois, eles estavam se casando. Mais um ano eu nascia. E, em 1995, meu irmão veio completar o quarteto (número esse místico entre as bandas musicais, e que é considerada a quantidade certa de pessoas para se alcançar o sucesso; deu muito certo no caso!).
Sãopaulino preto, branco e vermelho, nos iniciou no amor ao futebol e ao Tricolor Paulista. Mas sua preferência sempre foi o basquete, esporte no qual já ganhara campeonatos quando adolescente. Viu seu time ser três vezes campeão da Libertadores e estava conosco no estádio quando do tetracampeonato brasileiro.
Ele mesmo se dizia uma pessoa com poucos amigos, mas os (não tão) poucos que tinha eram preciosos e leais. E esses poucos, nitidamente, o viam como alguém em que se podia confiar plenamente, tamanhas suas virtudes. Errava? Errava, era humano e fazia questão de lembrar disso. Porém, do primeiro ao último instante, não deixou jamais de pensar sobre os seus atos e, cedo ou tarde, repará-los da maneira que pudesse.
Doeu escrever essas poucas linhas, mas penso que a melhor maneira de lidarmos com a dor é encarando-a face a face, sem medo. Meu pai sempre dizia que a vida podia nos ser tirada assim, sem mais nem menos. Novamente estava certo. Gostaria que, ao menos uma vez, ele não tivesse acertado.
João Eduardo Binotti de Castro, de família carioca e descendência portuguesa e italiana, nutria um verdadeiro amor paralelo com os livros. Nossas estantes estavam sempre lotadas por Fernando Pessoa, Machado de Assis, José de Alencar, Kant, Schopenhauer, Espinoza e tantos outros, de tantas outras culturas. Não tenho dúvidas de que essa foi a semente para eu virar jornalista.
Foi embora dormindo. E, como disse meu irmão, foi embora para descobrir aquilo que se tornou a sua maior dúvida e objeto de estudo: o que acontece após a morte?
Onde quer que você esteja, pai, saiba que nós o amamos.
A música abaixo era a sua favorita. Acho digno tocá-la aqui.
Fica p/nós a saudade e um misto de alegria de ter
ResponderExcluircompartilhado horas maravilhosas de aprendizado,
em nossas reuniões dominicais ao lado do grande amigo, que me deixa a imagem do grande espírita
que nos trazia sempre o convite a busca da verdade, e mesmo em meio a dúvidas salutares nos deixou o exemplo do homem bom, do pai, do esposo e do amigo, sabendo conciliar como ninguém a cultura, o conhecimento aliado a humildade. A lembrança de nunca tê-lo visto senão ao lado da esposa me da ânimo de seguir nesta estrada seguindo tão honrosos exemplos.
A você Eliana e filhos os nossos sentimentos
e a honra de tê-los em nosso convivio.
Agnaldo Elen e Laura
Caio, fui aluna do seu pai no nagistério, na EMEFM Derville Allegretti entre os anos de 1998 e 1999. Fiquei muito entristecida com a notícia de sua passagem! Busquei na internet alguma informação sobre o falecimento e me deparei com este seu lindo desabafo e homenagem! Gostaria de pedir sua permissão para compartilhar suas palavras com meus colegas de magistério, alunos do querido prof. Eduardo! AS lições deixadas vão muito além das letras...ficarão para sempre a lembrança do ser humano bondoso, atencioso, de sabedoria ímpar e que amava ensinar!
ResponderExcluirEm meu nome e de todos os meus colegas, receba nosso abraço fraterno e vibrações de paz e amor! Tenho a certeza de que ele foi bem acolhido no plano espiritual e que de lá seguirá cuidando de todos aqueles que lhes eram caros!
Que Jesus os abençõem!
Sentimos muito pela perda!
Com carinho,
Cláudia Pereira Lucio
Olá Caio...
ResponderExcluirTambém fui aluna de seu pai no Derville Alegretti e nos encontramos em reuniões pela prefeitura como colegas de trabalho...
Emocionei-me com suas palavras e ao lê-las relembrei de diversos episódios em que nos falava de sua família, de Limeira, de sua paixão pelo São Paulo, e das brincadeiras que fazia com os futuros professores, que enxergavam no Profº Eduardo, um exemplo do profissional que queriamos ser.
Na semana passada, organizando uma armário, encontrei um texto que havia escrito sobre o tempo, uma das atividades de sua aula, ao final, uma msg do profº Eduardo, pontuando o que era necessário e incentivando minha atividade academica. Guardei com carinho...Como guardo cada lembrança desse maravilho Professor.
Desejo que vcs superem essa imensa dor da perda e que Deus esteja com vcs a cada minuto, consolando-os.
Quanto a ele...nosso professor, com certeza está em um ótimo lugar...
Um grande abraço
Camila Ramos
Oi Caio...
ResponderExcluirÉ com imensa tristeza que recebo essa notícia eu e meu esposo
sentimos muito a perda do seu pai, pois tinhamos muito consideração por ele, sei como é difícil perder alguém que amamos principalmente pai, nos sentimos literalmente orfãos espero que Deus possa confortar seu coração do seu irmão e de sua mãe pois sei que somente o tempo ameniza essa dor.
Infelizmente ou felizmente estamos nessa vida de passagem, mas é sempre difícil nos despedir de alguém que amamos.
Que Deus lhe dê força....
Marisa e familia
Caio, não sei o que fazer. sou Denise sua prima. Apesar distância, sempre pensava em voces, inclusive cheguei a falar com você via telefone. estamos muito tristes. Mamãe desconhece tal perda.Beijos Denise
ResponderExcluirdenise1511@live.com
Estava em busca pela internet pelos meus colegas mais chegados da faculdade de engenharia FAAP quando me deparei com esta triste notícia. Conheci o Eduardo no primeiro ano, juntamente com meus outros colegas, Solange Thais, Jacobus (Jack) e Milton. Tínhamos uma boa amizade com todos, mas as escolhas de carreiras nos afastaram. Do grupo fui a única a cursar Engenharia Química e logo perdi contato com eles. Mas ficou a lembrança daqueles bons tempos. Um bom amigo nos deixou, muito cedo, isto é certo, mas deixou uma bela família, que, com certeza, manterá viva a sua memória. Christina
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