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sexta-feira, 1 de julho de 2011

O barbudo e os cachorrinhos (Foto com texto)


Às vezes a gente acha que as coisas estão indo muito bem pra todo mundo, mas acontece algo inesperado e acabamos percebendo o quão ignorantes da vida dos outros somos. Ocorreu isso comigo no final do ano passado (2010), história que compartilho agora com vocês.

Era época de Natal. Faltavam algumas semanas para o dia 25 de dezembro e, claro, os funcionários lá do trabalho contando os dias – alguns iam viajar, outros, reencontrar familiares e alguns só estavam ansiosos pelo feriado, mesmo. Como eu sou muito chato com horários (ou, parafraseando uma colega minha, muito “coxinha”), geralmente chego uns 40, 45 minutos antes do horário de expediente e, pra não ficar morgando na cadeira, sempre passeio pela região. Naquele dia em especial, desci em frente ao clube Pinheiros.

Um quarteirão depois, qual não foi o meu choque ao passar pelo Shopping Iguatemi e ver – sim, ele mesmo – Papai Noel se preparando para fazer um bico como saxofonista! E pior, uns cachorros de rua ajudando o bom velhinho a tocar!

Olhei o relógio: faltavam 30 minutos para o início das atividades lá do trampo, mas não me contive: fui direto falar com o barbudo.

- Bom dia, Sr. Papai Noel!

- Bom dia, meu jovem!

- Desculpa pela minha curiosidade, mas o senhor não deveria estar lá no Norte da Europa, preparando os presentes das criancinhas?

- Rapazinho, eu não posso mais entregar presentes.

- Ué, por que não?

- Aqui no Brasil a crise econômica foi uma marolinha, é verdade, mas lá na Europa a coisa ficou feia... os duendes se rebelaram, tomaram a nossa fábrica e agora vendem os bonecos e bicicletas a um preço barato, pra todos, não só os bons meninos e a boas meninas. Ah, sim, sem falar nos vídeo-games! Aí, eu e a Mamãe Noel precisamos nos mudar, e viemos para cá. A minha esposa faz crochê e bordado pra vender na 25 de março e eu toco meu sax – aprendi quando ainda era criança! Sabe, lá...

“Restam só 20 minutos, preciso sair logo antes que me atrase!”

- Desculpa interromper, seu Noel, mas eu preciso ir trabalhar. Posso fazer alguma coisa pelo senhor?

- Acho que não, querido. Mas foi um prazer conversar contigo! Um bom dia pra você! Ho-ho-ho!

E fui embora. No dia seguinte, passei novamente por lá, mas Noel não estava tocando, com a sua banda de cachorros a ajudar. Quem sabe ele não conseguiu se apresentar em um bar?

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