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quarta-feira, 27 de julho de 2011

A marcha lenta


Uma das coisas que mais gosto de fazer quando saio para andar é olhar. Tentar perceber alguma situação diferente ocorrendo, alguma pessoa interessante passando ou encontrar um lugar legal para conhecer. Tento levar isso como lição de vida.

Aí você me pergunta: por quê? O que tem de tão especial nisso? Na minha opinião, tudo. As pessoas não podem andar com antolhos, qualquer que seja a conotação – imagine-se obedecendo tudo o que mandam sem questionar e sem analisar se estão certos. Oras, para não ser passado pra trás, você precisa saber o que corre pelos lados, e aí entra esse exercício de não se deixar levar pela correria de São Paulo e acompanhar calmamente os passos de cada um.

Se você começar a viver assim, logo, logo perceberá quantos segredos a cidade guarda, quantas “aventuras” são possíveis aqui e ficará apaixonado pelas belezas da capital – ser belo não significa ser bonito. Mas, para tanto, é necessário um olhar mais agudo e um ritmo mais tranqüilo. Nunca me esqueço de um dos meus instrutores de direção falando: “quanto menor a velocidade, maior o ângulo de visão”. E ele está certo.

Por vezes, precisamos de uma opinião externa para guiar a nossa vida pro caminho certo (ou menos errado, como preferir). Depois da minha viagem a Vitória, dei-me conta da maluquice que é o mundo da megalópole, onde tudo precisa ser feito pra ontem, onde não há espaços para deslizes e o medo é um companheiro indispensável. Precisamos parar por um minuto e nos perguntar: vale a pena tanto stress?

Quer andar?

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