2010. Esse foi o primeiro e único ano em que tanto alunos quanto corpo docente se mobilizaram para criar um festival em que os estudantes pudessem apresentar talentos que, até então, eram desconhecidos até dos colegas. Na sexta-feira da 10ª Semana de Comunicação Social, a Praça de Alimentação das Faculdades Integradas Rio Branco foi tomada por violões, dançarinos, pianos, guitarras e poetas. Dois apresentadores deram vida ao evento, e a noite se transformou em um verdadeiro show. Nós mostramos que não sabíamos apenas escrever bem, editar ótimos vídeos, criar peças publicitárias dignas de prêmios, manter a imagem de uma empresa em alta ou diagramar um jornal que desse gosto de ler.
Passado pouco menos de um ano, já podia se perceber, ao menos na nossa sala, uma movimentação para preparar o show. Já pensávamos em músicas, em ensaios, e lembrávamos da última edição. Mas havia um problema: ninguém tinha dito quando seria.
A 11ª Semana estava chegando, os dias iam transcorrendo, e nada de informação. Até que, oficialmente, ficamos sabendo, na reunião de representantes de sala, da retirada do festival da programação por parte da Diretoria e de alguns coordenadores de outros cursos. Argumento: fazia barulho.
Ficamos indignados, pois todos que participaram ano passado suaram, e muito, para fazer o festival acontecer. O que poderia ser um diferencial para a própria faculdade foi retirado sob o mais frágil pretexto.
Por um lado, estão certos, talvez atrapalhe um pouco as demais salas. Mas apostamos uma Coca-Cola que sexta-feira à noite é quando há menor presença dos alunos. Façam um levantamento e com certeza verão que a abstinência é muito maior.
Além disso, barulho por barulho, não só o nosso projeto deveria ser vetado: que se vetem as conversas fora da sala, que se vete o uso de microfones pelos professores, que se vete o Lucena’s, que sempre realiza baladas audíveis dos corredores, enfim, que se vete a vida dentro da faculdade. Não será apenas uma noite, em uma sexta-feira, que comprometerá o desempenho dos estudantes. Mesmo porque a maior parte deles é de Comunicação Social.
Aliás, deixamos algumas perguntas: como podem pensar em retirar o evento da grade sem ao menos nos consultar? Como ficam os professores, que se esforçaram tanto ano passado? Como ficam os alunos, que se dedicaram a fazer um evento que mais nenhum outro curso pensou em fazer?
Para pensar, não precisamos de nossas mãos, nem de nossos braços ou mesmo das pernas. Mesmo nos desfazendo aos poucos, ainda teremos nossos pensamentos e nossa imaginação. No dia em que estes morrerem, não precisaremos de mão, de braço ou perna. Mesmo que o coração bata, não haverá mais vida.
Somos contra a morte cerebral da faculdade.
talvez eles quisessem menos trabalho... menos coisas para se pensar, menos alunos para monitorar... e menos bocas para calar...
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