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domingo, 24 de julho de 2011

A hipocrisia do politicamente correto

Ontem fui ao estádio do Morumbi ver o meu São Paulo jogar (não comentarei o jogo, muito menos a atuação do tosco do Juan ou as bobeiras do Xandão, muito menos o fato de termos sofrido pressão do inexpressível Atlético-GO). Fazia muito tempo que eu não ia lá e, como a previsão do tempo prometia chuva, pela primeira vez compramos ingressos para o segundo anel, nas cadeiras amarelas (não era o setor mais caro nem o mais barato, e tinha cobertura).

Logo na entrada, depois da catraca, lia-se, em placa afixada na parede, algo mais ou menos assim: “respeite a numeração de cadeira no seu bilhete” (óquei, não era exatamente isso, mas o sentido da frase, sim).

Lembrei-me de certa vez quando fui assistir à Seleção Brasileira feminina jogar a final de um campeonato aqui na cidade. Dentro do Pacaembu, escolhi simplesmente o melhor lugar pra mim e sentei. Uma família chegou em seguida, trocou três vezes de posição (primeiro sentou na fileira à frente, depois à minha esquerda e à minha direita) e finalmente se decidiu. O problema: duas mulheres, que obviamente não costumavam frequentar estádios, queriam o meu assento e o do garoto ao meu lado porque, no ingresso, constava que era ali que deveriam permanecer. Depois de uma discussão (acalorada), elas tiveram que procurar outra cadeira.

Eu, particularmente, sou completamente a favor dessa tradição de desrespeitar a marcação que vem no bilhete, por um motivo: não sou eu quem escolhe onde vou me sentar. Oras, se o computador gera um número aleatório, como vou aceitá-lo? E se eu não quiser ficar lá? Não posso escolher? Pura balela do politicamente correto.

Já em outros setores do Morumbi, é possível comprar pela internet e, no próprio site, você é obrigado a escolher onde assistirá ao jogo. Nesse caso, a conversa muda: eu tive a opção de ficar em um lugar, mas preferi aquele outro. Ou seja, dessa vez não tem desculpa, o certo mesmo é respeitar o que está no ingresso.

Para finalizar, duas informações interessantes: os três ingressos (meu, do meu pai e do meu irmão) eram de fileiras diferentes (e até parece que sentaríamos em lugares tão distantes uns dos outros). A segunda: eu deveria sentar na cadeira 93, então, fui ver onde se localizava. Para a minha surpresa, o assento não existia. O computador me reservou uma cadeira cuja área estava interditada para reformas...

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